Back 2 Black: Os 70 Anos de Tim Maia!

ETERNAMENTE LEMBRADO:





Nascido em 28 de Setembro de 1942, o Síndico da Música Brasileira, Tim Maia (1942-1998), ou Sebastião Rodrigues Maia, completaria hoje 70 anos de idade. Ele não está aqui para celebrar essa data, mas seu legado celebra por si só uma carreira brilhante que nunca será ultrapassada pelo tempo. Penúltimo filho dos 19 de Altivo Maia (1900-1959) e Maria Imaculada Maia (1902-1984), nasceu e cresceu no Rio de Janeiro.

Em 1957 o Tim deu o ponta pé inicial na carreira artística, quando, junto com Roberto e Erasmo Carlos, fundou o grupo Sputniks. Mas Tim desfalcou o grupo quando decidiu se mudar para os Estados Unidos, com isso o grupo terminou.
Nos EUA ele estudou Inglês, se aperfeiçoou vocalmente, quando participou do grupo  The Ideals e acabou sendo preso e deportado para o Brasil por porte de Maconha. Ao retornar dos EUA Tim Maia trouxe consigo uma bagagem musical que definiria seu estilo e faria a Jovem Guarda rejeitá-lo.
Fortemente influenciado pela Soul Music, ele só veio ter seu 1º álbum solo lançado em 1970, antes disso ele lançou dois compactos, um em 1968, com as faixas “Meu País” e “Sentimento”, e em 1969, quando lançou  a música "What You Want To Bet" "These Are The Songs". 
Escute abaixo as faixas dos compactos de 68/69




O LP, "Tim Maia" (1970), ficou em #1 lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas e teve hits como: "Coronel Antônio Bento""Primavera" e "Azul da cor do mar".




Apesar de todo o sucesso,em todas as etapas de sua carreira, a fase mais interessante, musicalmente falando, do Tim é a fase “Tim Maia Racional” (1975-1976). Lançado em dois volumes, o álbum que representa essa fase nasceu quando em 1970 o Tim se tornou seguidor da doutrina liderada por Manuel Jacinto Coelho, a Cultura Racional.

A Era Racional é considerado por muitos a melhor fase do Tim Maia, nessa época ele estava afastado dos vícios e isso ajudou em seu desempenho vocal, o álbum tem uma pegada Funk/Soul muito forte e foi lançado pelo seu próprio selo, “Seroma” (amores ao contrário e abreviação do nome de batismo do Tim, Sebastião Rodrigues Lima). A importância da sonoridade desse disco reflete até hoje em trabalhos de artistas como Racionais Mcs e Marcelo D2, que são alguns dos nomes que samplearam sons dessa fase do Tim.

O álbum se tornou raro e portanto um artigo de colecionador, pois Tim Maia o retirou de circulação quando percebeu que seu “mestre” Manuel não correspondia aos ideais defendidos pela doutrina Racional. Do disco podemos citar verdadeiras obras primas como as faixas  “Imunização Racional”, “Rational Culture”, “Bom Senso” e outras.
Em 2000, um baú de tesouros dessa fase foi desencavado e resultou no lançamento de “Racional Volume Três", que conta com as faixas: "You Gotta Be Rational", "Escrituração Racional", "Brasil Racional", "Universo em Desencanto Disco", "O Grão Mestre Varonil", "Do Nada ao Tudo" e "Minha Felicidade Racional". A princípio,  o álbum foi disponibilizada apenas na Internet, mas acabou sendo lançada em CD no mês de Agosto de 2011. Em 2006 foi lançada uma versão remix da do Volume 1 da fase Racional. Intitulado “Tim Maia Racional Vol.1 Remixado”, o álbum contou com a participação e produção de grandes nomes da Black Music Nacional, como o grande Silvera, os Rappers Rappin’ Hood e seu irmão Parteum, o Bruno E, o grupo Instituto, o cantor Max de Castro, Dj Mau Mau e outros.

Desiludido da filosofia Racional, Tim abandonou sua fase mais “Gospel” de sua carreira e voltou ao seu antigo estilo de vida e de composições. Daí em diante foi um sucesso atrás do outro, na década de 80 o Pai da Soul Music Brasileira colecionou muitos outros sucessos como: “Descobridor dos Sete Mares”, “Me Dê Motivo”, “Do Leme ao pontal” e muito mais.
Quando questionado sobre a sua fórmula musical de sucesso ele respondeu com muito bom humor:

 “Metade de minhas músicas é esquenta-sovaco e metade mela-cueca”. 



Mesmo tendo abusado muito do álcool, e de outras drogas mais pesadas, o cantor nunca teve sua voz afetada. Porém tais abusos refletiram em sua carreira pessoal e profissional no que diz respeito aos muitos desafetos que o artista colecionou com outros músicos, com gravadoras e até com alguns velhos amigos, sem falar que constantemente faltava aos Shows, não cumprindo sua agenda.








A discografia de Tim Maia conta com, 29 álbuns de estúdio, sendo um deles álbum póstumo, 3 registros ao vivo, sendo um deles também lançado após a sua morte, 23 compactos simples e 7 duplos, 17 coletâneas, 1 álbum de remixes, 1 álbum de Tributo e algumas participações especiais.




Sem sombra de dúvidas o grande (sem trocadilhos) Tim Maia foi a maior representação da Música Negra Brasileira para o mundo. No dia 8 de Março de 1998, aos 55 anos de idade, durante a performance da primeira música de um show no Teatro Municipal de Niterói, no Rio de Janeiro, o cantor sofreu um edema pulmonar seguido de parada cardiorrespiratória que levaram a ficar internado por uma semana no CTI do Hospital Antônio Pedro. Infelizmente, no dia 15 de Março foi diagnosticada uma infecção generalizada e ele veio a falecer.



 Sempre irônico consigo mesmo ele se descreveu com uma frase histórica: 

“Não fumo, não bebo e não cheiro. Meu único defeito é que minto um pouco”. 

Abaixo, cenas do último show do Tim exibidos pela Rede Globo no Especial "Por Toda Minha Vida":

CONVERSATION

0 comentários:

Postar um comentário

Instagram

@rollingsoulbrasil

Siga