ENTREVISTA: Tionne "T-Boz” Watkins Fala Sobre O Retorno Do TLC E As Pressões Do Estrelato

E está oficialmente iniciada uma nova era na trajetória da Girlband Americana de maior sucesso da história da música. O TLC, conhecidas por vencerem inúmeros prêmios, incluindo Grammys, e pelas suas letras conscientes, recordes de vendas e os dramas que inclui a trágica perda de uma de suas integrantes e a falência do grupo. Hoje, Tionne "T-Boz" Watkins e Rozonda "Chilli" Thomas estão de volta aos estúdios de gravação, com os planos de colocar o TLC de volta na estrada.

Left Eye, T-Boz & Chilli
O site do VH1 acaba de divulgar uma entrevista feita com a T-Boz no início desse ano. A entrevista foi feita no set de filmagem do "CraztSexyCool: The TLC Story", em Atlanta. Leiam a entrevista completa:

VH1: Você e Chilli são as produtoras de consultoria do filme. Quanto foi a participação que vocês tiveram na produção? 
T-Boz: Nós queríamos tornar isso real, então tivemos que colocar a mão na massa. Eu coreografei algumas das coisas para Drew [Sidora] - eu costumava criar as coreografias do TLC, então nós viemos e fizemos as coreografias para as garotas. Nós estamos nos divertindo fazendo o que fazemos, tentando fazê-las captarem nossa vibe, e porque elas precisam entender a emoção por trás das letras: o porque delas estarem loucas, felizes, e o porque delas estarem chorando. Elas precisam compreender a emoção por traz do porque de termos sentido da maneira que nos sentíamos ao invés de apenas cantar. Todas as três garotas conseguiram captar isso.      

VH1: Você ficou apreensiva em permitir que alguém entrasse em sua vida, compartilhar várias experiências pessoais para assim fazer o papel mais convincente?  
T-Boz: Eu sou aberta. Todas as situações que passei fizeram de mim quem eu sou. Eu não me envergonho de nada que fiz, porque em primeiro lugar, se eu sentir vergonha eu não o faço. Isso me fez a mulher que sou hoje, eu sou um livro aberto.  

VH1: O que do legado de Lisa vocês querem que esteja no filme?
T-Boz: Eu conheci Lisa primeiro, e ela acabou se tornando minha prima, porque meu tio se casou com a mãe dela. Nós éramos muito, muito próximas. Isso é fácil porque nós ficávamos muito juntas. Eu criava coreografias e treinava Lisa pessoalmente por horas a fio, contanto que eu fizesse ela quase fazer o que nós também estávamos fazendo, para mim era o bastante. Ela tinha seu próprio estilo. Se você já assistiu o vídeo de "Creep" já deve ter percebido como ela dança diferente da coreografia que eu criei, é totalmente diferente, mas era fofo porque era ela. Isso é o que eu amava nela. 

VH1: Houve muita discussão sobre como você queria que Lisa fosse retratada? 
T-Boz ensaiando para o Mixtape Festival
T-Boz: Eu sinto muito por Lil Mama, porque Keke [Palmer] tem Chilli, e Drew tem a mim, então ela não tem ninguém para conversar sobre sua personagem. Eu conversei com ela, com outras pessoas e por si só ela pôde entender um pouco mais da Lisa. Nós temos uma química incrível e é maravilhosa a química das atrizes juntas. Muita gente no Twitter falou: "Oh, porque fulano parece assim?". Não é apenas sobre a aparência, a atuação é muito importante. As garotas realmente parecem conosco, mas o mais importante é a química.   
VH1: Eu cheguei a ver um pouco do figurino enquanto eu estava no set, e a semelhança com suas roupas originais é realmente impressionante. Você se surpreendeu com algum dos looks? 
T-Boz: Para mim, o mais impressionante é o corte de cabelo da T-Boz na Drew. Quando eu estava olhando para a câmera foi tipo, "Oh meu Deus, isso é loucura". Ela realmente parecia comigo! Eu nunca havia me olhado daquela forma, e foi tipo "Eu gosto do corte de cabelo dela, é realmente bacana!". Os cortes de cabelo dela são a bomba. Eu amo todas as roupas, a sensação delas. Todos fizeram um excelente trabalho: maquiagem, cabelo, guarda-roupa, o set e os cenário dos vídeos.
Drew Sidora (T-Boz), Lil Mama (Left Eye) e Keke Palmer (Chilli) no set de filmagens do filme biográfico do TLC 

VH1: Com o filme e uma turnê, vocês esperam serem apresentadas à aqueles que não estão familiarizados com sua música?

T-Boz: Nós temos uma 'fan base' incrível, eu conheço alguns dos fãs pelo primeiro nome; tenho visto eles por 20 anos. Eu particularmente, espero por todas as gerações. Eu tenho pessoas de 13 e 15 anos de idade no twitter dizendo como eles queriam estar nos anos 90 vivendo nossa era, falando como eles amam "No Scrubs" ou "Waterfalls". Eles tem 13 anos e eu fico tipo: "Como você me conhece?!". Eu acho isso incrível. Eu quero tudo isso. Por que não? Eu vou tomar todas as gerações.

VH1: Muitos de seus clássicos são canções conscientes sobre questões sexuais, a imagem do corpo, AIDS. Qual foi o processo de composição de vocês? 
T-Boz: Nós falamos de relacionamentos - relacionamentos podem ser entre mãe, irmão, pai, filho, de amigo para amigo, namorado-namorada. Nós discutimos assuntos que as pessoas possam se identificar e colocamos isso em uma história. Pode ter significado, mas não é moralista. Ela surge de uma forma que você ainda pode curtir e dançar junto, mas ainda assim tirar algum conteúdo disso. 

VH1: Qual das suas canções você acha que seja a mais poderosa?
T-Boz: "Waterfalls" falou com tantas pessoas no momento que essas pessoas precisavam sentir que alguém estava a seu lado. Tem pacientes que contraíram HIV e AIDS e eles sentiram como se nós estivéssemos de pé em sua frente fazendo o que ninguém mais faria, conversando com eles. Isso é o que escutamos de muitas pessoas. Quando eu escrevi "Unpretty", foi uma situação muito pessoal para muitas pessoas e a canção se tornou No.1. No final das contas nós sentimos as mesmas coisas, todos nós sofremos. Quando você fala de coisas verdadeiras é como se estivesse no mesmo nível.  As mulheres precisam ser capacitadas a terem consciência que elas são mais do que uma bunda rebolando enquanto anda. Sabemos que isso é fácil, vamos fazer algo mais difícil.

VH1: Tendo essa abordagem em sua música, você já teve que brigar para ter o controle sobre o conteúdo do que você estava escrevendo? Teve alguma pressão de sua gravadora?

T-Boz: Eu não digo nada que eu não acredite ou que eu não queira - essa é uma coisa que você pode conhecer de mim até hoje. Se esse é meu dia de parar então eu vou parar. Antes que eu venha fingir e ser um fantoche... isso é o que há de errado com alguns artistas de hoje: as pessoas dão a eles suas canções, suas roupas, suas atitudes. Eles não nos dão nada; nós somos autênticas. Você tem o que você ver. E é isso que eu amo em meu grupo: nós lutamos por alguma coisa. 

VH1: Então se vocês não sentiram pressão para se encaixar em um determinado molde, como você aborda o "CrazySexyCool" (2ºálbum do grupo)? Houve uma grande mudança de imagem para algo mais maduro do que o "Ooooooooohhh...On The TLC Tip" (1º álbum do grupo).
T-Boz: Isso foi quatro anos mais tarde. Eu pensei, "Como eu posso incorporar o que eu fiz da última vez, mas fazer isso melhor e crescer a partir daí? Porque eu estou quatro/cinco anos mais sábia agora". Eu estava em um nível diferente, estava me tornando mulher. Você começa a transição. Basicamente, foi isso que vocês viram: a gente crescendo, e quem quer que estava lá crescendo junto conosco. 



VH1: Como você ver sua influência nos artistas de hoje?
T-Boz: Eu não me preocupo com essas coisas. Eu sinto como se não tivesse o bastante para todos e, é claro, você acaba vendo as pessoas fazendo o mesmo que você aqui e ali, mas isso é legal. Significa que você é admirado e eles gostam de algo que você fez. Eu nunca encarei isso como "Oh, cara, eles roubaram minhas coisas". Isso acontece o tempo todo. Quando eu vejo alguém fazendo a minha dança isso é uma honra para mim. Eu não vejo isso como algo ruim, eu acho que isso é ótimo.   

VH1: O que você acha da música de 2013?
T-Boz: Ta faltando conteúdo nas letras. Eu adoro "Diamonds" da Rihanna. Mesmo que ela não seja tão profunda, mas pela sua melodia e a metáfora de brilhar como um diamante; tem sentido e faz você se sentir bem. Isso é necessário, especialmente com a atual recessão. Você nunca vai poder ter muitas canções como "Unpretty" ou "Waterfalls", porque as pessoas precisam estar inspiradas e sentindo-se bem consigo. Hoje é mais moda, tipo: "Vamos fazer Dance" ou "Vamos fazer Dubstep". É legal, mas eu acho que está faltando um monte de superstars. Tem muitas grandes músicas, mas não são feitas para durar, são feitas só para hoje.   

VH1: Você ver esse filme como uma oportunidade de esclarecer qualquer equívoco que as pessoas possam ter, particularmente sobre os últimos anos de seu grupo?
T-Boz: Honestamente, a mídia não era como é hoje. As pessoas eram mais respeitosas e apreciavam o que você fazia. Eles não se metiam no que você estava fazendo em sua casa ou no que você estava cozinhando para seu amor - isso não é da conta deles. Nós sempre dissemos que nunca substituiríamos Lisa, mas quando nós fizemos o "R U The Girl?" [reality show do grupo em 2005, no canal UPN, onde elas selecionaram uma rapper unicamente para o single "I Bet"], as pessoas diriam: "E então, o que aconteceu com a terceira integrante?". Elas leem e absorvem o que querem, então você só vai desperdiçar energia tentando esclarecer as coisas todo dia. Eu quero que as pessoas entendam o quanto trabalhamos e o quanto estivemos envolvidas nisso. Nossas danças foram tão grandiosa quanto nossa imagem e nossa imagem foi tão grandiosa quanto nossa vendagem de discos. Espero que elas nos compreendam como um grupo. Eu não quero esclarecer nada, eu só quero que elas entendam.    
VH1: Com esse aumento da atenção da mídia o que você acha de artistas jovens como Taylor Swift ou Justin Bieber - dois artistas que estão sob os olhos do publico desde a adolescência até a transição da idade adulta? Eles são constantemente noticia na TV, TMZ e em vários blogs.  
T-Boz: Pessoas cometem erros - estamos falando de um dia no tempo onde as pessoas estão tendo acesso fácil a ecstasy ou fumando erva. Você tem que esperar que eles não se percam e não caiam de vez no caminho errado. Todos nós poderíamos cair nessa. Isso sempre existiu quando nós tínhamos 19 anos, só que eu escolhi não seguir esse caminho. Isso é muito individual em cada um, e espero que eles tenham um bom apoio para crescer, como pais ou pessoas por perto deles. Eu não sei o que Justin ou Taylor tem, mas eu desejo o melhor para eles. Eu gosto muito de ambos e acho eles bem talentosos. TMZ vai longe demais. A única verdade no artigo deles é seu nome. Você não pode começar a falar das pessoas fisicamente - esse é o ser humano. Pessoas tem famílias e eles reportam suas mortes antes mesmo da família ficar sabendo... CNN te respeita, deixando a família saber e dando sua própria nota. TMZ apenas larga as coisas, seja verdade ou não, e ainda acrescentam problemas e mentiras. Eu não respeito isso. Essas são pessoas com corações e vidas, mães e pais, para mim o dinheiro não vale a pena. Mas é isso que faz o mundo girar para muitas dessas pessoas, então boa sorte com isso.
Lil Mama, Chilli e T-Boz após a coletiva de impressa de Quinta



Hoje, 27/07, T-Boz e Chilli estarão no Mixtape Festival em Hershey, PA, juntamente com a convidada especial, Lil Mama, fazendo seu primeiro concerto americano desde que anunciaram o retorno das atividades do grupo. E em Outubro teremos o lançamento do novo álbum e do filme biográfico do grupo.











Fonte: vh1.com
Entrevista por: Emily Exton (@emilyexton)
Tradução por: Tiel Born Sinner

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