De endereço novo, o festival  mais importante da cultura negra da América Latina, antes realizado na Estação Leopoldina migra para a recém-inaugurada Cidade das Artes na Barra da Tijuca e recebe  mais de 20 atrações nacionais e internacionais dentre elas: o lendário Bobby Womack (EUA); Femi Kuti & The Positive Force (Nigéria); Keziah Jones (Nigéria); Concha Buika (Espanha); Mayra Andrade (Cabo Verde); Orquestra Baobab (Senegal), The Blind Boys of Alabama (EUA) e Milton Nascimento, além de encontros inéditos, como o do rapper paulista Criolo com o nigeriano Tony Allen, um dos grandes nomes do afrobeat; do congolês Baloji com o carioca MC Marechal; e da Banda Black Rio com Pee Wee Ellis, lendário trombonista da banda de James Brown, que prestam tributo ao rei do soul americano.

Além  dos shows o festival segue com a proposta de fortalecer a ponte entre a sociedade moderna e suas raízes africanas a partir da realização de palestras e exposições de artes dos Ndebele, povo oriundo da região de Lesedi, na África do Sul, um dos poucos do continente a preservar inteiramente suas tradições.

As atrações nas salas do interior do teatro e em dois palcos montados na área externa do local,  terá capacidade para cerca de cinco mil pessoas.  

Os ingressos, que já estão disponíveis no site www.ticketsforfun.com.br e nos respectivos pontos de venda da operadora, variam de R$ 35,00 (meia) a R$ 140,00 (inteira).

Desde o lançamento, em 2009, o Back2Black já recebeu mais de 75 mil espectadores, numa comemoração aos ritmos, aos sons, à consciência social e econômica, às cores e aos estilos de um mundo contemporâneo, pop e novo, influenciado pela cultura negra. Cerca de 100 atrações de diversos gêneros musicais e nacionalidades já passaram pelos palcos carioca e/ou londrino do festival, incluindo Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Seu Jorge, Criolo, Macy Gray, Aloe Blacc, Chaka Khan, Mulatu Astatke, Oumou Sangaré, Taj Mahal, Dave Stewart, Seun Kuti, Youssou N’Dour, Erykah Badu, Amadou & Mariam, Lauryn Hill, Missy Eliott, Hugh Masekela, Santigold e Omara Portuondo. Além dos shows, palestras e mostras de arte com grandes figuras do mundo contemporâneo, como Bob Geldof, Gavin Hood, José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Wael Ghonim, Jamila Raqib, Daniel Cohn-Bendit, os gêmeos e Vik Muniz, ajudaram a fortalecer ainda mais o conceito do festival de aproximar a tradição africana à cultura dos tempos atuais.

Essa vertente da Soul Music Brasileira, que mistura elementos do R&B, Soul , Jazz, Rock e Funk, ora chamada de Samba-Rock, ora Samba - Soul, ao contrário do que a mídia pensa, nunca esteve adormecida, e  sempre fez muito barulho de geração em geração.

Nosso Samba-Rock-Soul, que tem suas raízes fincadas na emoção, no swing e na autenticidade, desde os anos 70 virou febre principalmente nas periferias de São Paulo e Rio de Janeiro. Os grandes bailes, comandados pela Zimbabwe e Chic Show em Sampa, como os bailes do Palmeiras e Guilherme Giorge, dos tempos dos meus pais; Soul Grand Prix, Cash Box e a Furacão 2000 no Rio, popularizaram o Samba-rock de  Jorge Ben - hoje BenJor, Bebeto, Bedeu, Luiz Vagner, Marku Ribas, Trio Mocotó, Carlos Dafé, Branca Di Neve entre tantos outros.



Mesmo com o passar dos anos,e com a popularização de outros estilos musicais, como o Pagode, Rap - Hip Hop, Pop, muitas bandas mantiveram viva esse estilo musical, como a Banda Black Rio, Clube do Balanço e Funk Como Le Gusta, que mesmo sem o apoio da mídia levaram o samba-rock do gueto para a classe média alta.






Hoje, Paula Lima com seu Samba Chic, é uma das grandes expoentes do movimento na mídia,  que tem aberto espaço fora do gueto, alcançando todas as classes sociais sem perder a autenticidade e referência do som da periferia, embora a melhor propaganda do Samba-Rock-Soul, sempre foi o boca-a-boca e os bailes que mantiveram a essência do Samba Rock viva nas novas gerações.




Novos artistas como Walmir Borges e Fernando Ébano tem grande sucesso principalmente em São Paulo, que graças às equipes dos Bailes Nostalgia liderados pela Chic Show, Clube do Vinil, Styllus Nostalgia, Dj Tony Hits, Dj Tadeu entre muitos outros,  não deixaram o movimente morrer.

O que a mídia acha que redescobriu recentemente, nós que crescemos sob total influência deste som do gueto, sabemos há muito tempo, que o Samba-Soul , que também é o bom e velho Samba-Rock, é muito mais que moda, é um estilo de vida. 

É um estilo que geralmente é passada de pai pra filho, de mãe pra filha, de tios para sobrinhos, e de avós para netos, e que é capaz de libertar grandes emoções e despertar lindas lembranças das festas de família, dos bailes, dos amigos. E se você por um acaso for à um baile verá, não um ou outro, mas famílias inteiras reunidas, com avós, pais, filhos e netos celebrando um dos estilos mais familiares que existe na MPB - Música Preta Brasileira.

Quem não cresceu não aprendeu a dar os primeiros passos, ao som de  " O cravo brigou com a rosa" de Claudette Soares, Giovana " Beijo Sabor Cerejeira" e "Meu Guarda Chuva" de Elisabeth Viana , clássico regravado décadas depois por Paula Lima e não tem várias histórias pra contar?

E SE SAMBA É SOUL,  SOUL É SAMBA ROCK FOREVER!