Transparente e Renovada: Alicia Keys fala sobre seu novo álbum, liberdade e família!


A diva concedeu uma entrevista para a revista "Fall Music Preview", o braço musical da Entertainment Weekly, para falar sobre o processo de criação do álbum "Girl On Fire", previsto para chega às lojas no próximo dia 27 de novembro, de como foi ter pequeno Egypt, de 10 meses, acompanhando as gravações, e  sobre o fato de o público ter associado o título de seu novo trabalho à personagem fictícia Katniss da saga "Jogos Vorazes" para dar nome ao seu trabalho. 

Leia:

EW: Vamos começar com o título do álbum, ""Girl On Fire". Eu sei que você escreveu que queria fazer uma mudança em sua vida e representar uma nova jornada, um novo começo. Mas esse título também foi influenciado por "Jogos Vorazes"?

AK: Sabe, a parte engraçada é que, na verdade, não. Foi como um choque quando ouvi sobre "Jogos Vorazes" - eu não estava ciente do livro até aquele ponto. E eu não tinha percebido que, eu acho, que é assim que eles chamam a garota [Katniss]. Então nós tentamos muito fazer todo esse trabalho e colocar as canções nele - e colocar partes do que eu estava desenvolvendo com o filme. De qualquer forma, obviamente isso veio à tona tarde demais, então a cronometragem não estava certa. Mas não, o título não tem nada a ver com "Jogos Vorazes". Se trata desse sentimento poderoso. 

EW: Você encontrou o sucesso em uma idade relativamente jovem. E você só tem 31 anos agora. Porque você sentiu a necessidade de um novo começo?

AK: Vem de um lugar pessoal. E quando eu falo de mudança, eu que acho que quero dizer talvez mais evolução. Existe apenas um momento na minha vida onde eu estava percebendo todas essas coisas, e elas simplesmente se tornaram bem claras. Todo esse súbito me fez perceber que as coisas que eu tinha tratado antes, ou coisas que eu pensei que queria na minha vida antes, ou coisas que eu pensei que eram aceitáveis para mim antes apenas começaram a ser diferentes. Eu não me sentia mais do mesmo jeito. 
Eu acho que foi simplesmente a evolução que me tornou cada vez mais ciente e consciente do que eu sou e do tipo de vida que eu quero ter. Você não tem apenas que ter a m*** que eles te impõem ; você não precisa ter isso. Na verdade, você tem que fazer uma escolha consciente de dizer "Quer saber, esse é legal, mas preciso deixar esse pra trás". E existe algo muito poderoso acerca disso - reconhecendo o quão longe você veio por causa disso e então ser forte e corajosa o bastante para deixar algo para trás. Que não é tão fácil quanto eu estou fazendo isso soar, porque não foi fácil para mim também. 
Obvio que me levou muito tempo; que levou uma coragem que, eu acho, que às vezes nós duvidamos que temos dentro de nós mesmos. E assim todas essas descobertas só me fizeram perceber que toda essa reivindicação de que tipo de vida eu quero ter é o que me fez mudar para melhor. 

EW: Tudo isso teve a ver com o fato de você ter dado a luz ao se filho, Egypt?

AK: Com certeza. É como uma passagem imediata - você começa uma mudança de perspectiva imediata. Não há nada comparado a isso. E de repente, você o vê crescido! Isso é porque, obviamente, você é uma mãe e está cuidando de outra vida. Mas é muito mais que isso: você passa a ter noção do que é certo e do que não parece certo. 
É tão interessante como eu ficava literalmente debatendo, debatendo e debatendo, tipo, "Humm... deveria ou não deveria?" Ou se eu tivesse uma escolha particular para fazer, que poderia ser algo como "Talvez eu deveria..." É  como se esses debates tivessem sumido agora. Eu sei bem o que é isso. Se eu apenas me ouvir, você sabe... "Bem, esse está melhor que aquele, então não posso deixar esse passar". É mais fácil. Definitivamente existe uma consciência crescendo do que é mais importante para mim nesse momento e é por isso que eu vou fazer de tudo para ter certeza de que continue assim.

EW: Então esse será o seu primeiro registro adulto, você diria?

AK: Sim. Isso é interessante, ainda que eu pense sobre isso, meu último disco - do qual eu sou muito orgulhosa e eu adorava a maneira que fomos capazes de fazer tantas coisas progressistas em termos musicais e me puxar para frente como artista. Como uma artista esta é parte que me dá emoção - me empurrando para frente em direção a um novo lugar. Assim, por "The Element Of Freedom" ter feito isso por mim, por ter sido capaz de fazer isso em meu último álbum, estou tão orgulhosa dele. Mas quando olho para trás, eu fico tipo "Interessante Alicia, você escolheu para chamar isso de elemento da liberdade, porque, na realidade, naquele momento, havia apenas um elemento do mesmo". Agora há muito mais do que isso. É meio incrível, é ótimo.

EW: Então, todas essas músicas foram escritas depois do Egypt? Ou algumas delas haviam sido escritas antes?

AK: Eu tenho que dizer que praticamente todas essas canções foram escritas depois que tive Egypt.  Sabe, eu tenho um monte de músicas, e muitas delas não vão ser gravadas, mas isso é apenas  a natureza das coisas. Eu sinto que a maioria delas foram escritas depois, então isso é legal.

EW: Onde você gravou o álbum? Você disse que viajou o mundo gravando-o...

AK: A maioria do que eu gravei foi em Nova York. Essa é a minha cidade natal, por isso eu amo estar aqui e existe algo muito poderoso nessa cidade que ecoa em mim. Eu definitivamente estava aqui a maior parte do tempo e então havia alguns outros lugares. Em gravei em Londres e na Jamaica, e foi a primeira vez que fiz isso. E foi muito legal porque foi um encontro com colaboradores muito interessantes que nunca estariam em um espaço juntos... nunca! E isso foi como uma ignição, uma criação louca de música e como uma situação explosiva! Eu disse a mim mesma: "Eu nunca mais vou fazer um álbum sem fazer algo assim".

EW: Musicalmente, de que formas esse álbum representa um novo começo?

AK: Esse álbum representa um novo eu em vários sentidos. Quero dizer, vocês vão continuar se identificando com determinada parte de mim como se identificavam antes. Então essa é a parte legal. Mas tudo sobre isso está diferente, porque meus pensamentos estão diferentes, a energia sobre isso está diferente, as letras das músicas estão diferentes. Algo aconteceu comigo que me fez querer escrever essas canções. Eu me sentei e me senti realmente focada enquanto as escrevia. Eu não estava focada apenas na questão de escrever músicas insanas. Eu só queria escrever músicas que tivessem suas próprias mensagens a passar e que as pessoas a aceitassem, sem negar. Então eu comecei com esse processo, e é por isso que muitas das minhas músicas são realmente muito simples.
Mas por elas serem simples é que existe algo realmente significativamente nelas. Talvez haja o piano, e talvez haja um piano que possua o mesmo tom de uma guitarra. E também pode parecer que exista uma baixa na minha voz - e existe mesmo. Considerando o que eu pensei [antes] se eu colocasse 300,000 instrumentos diferentes em um som grande, eu percebi que quanto menos eu colocar, melhor ele soará, por causa da diferença de espaço ocupado. E foi isso. Portanto, existe um tipo de "transparência" nele, eu acho - como se a grandeza fosse começar a partir daí.
EW: Como esse processo de estar em turnê e tocar ao vivo agora com o bebê?

AK: Bom, eu ainda não cheguei à parte da turnê ainda, então provavelmente você vai ter que me perguntar isso daqui há uns 6 meses. [Risos]

EW: Você está nervosa sobre deixar seu filho enquanto você sai em turnê?

AK: Ah, eu não vou deixá-lo, está brincando comigo? Eu não iria a qualquer lugar se ele não fosse comigo! Na verdade, estou muito animada com isso, por que ele está na idade perfeita para vir comigo. Ele está naquela época incrível e bonita, em que ele está explorando muito, aprendendo muito. Ele está internalizando tudo. Eu sinto que 100% dessa experiência vai me fazer olhar para o mundo com olhos diferentes.

EW: Essa vai ser a primeira turnê dele.

AK: Bem, tecnicamente esta será a sua segunda turnê, porque ele estava na minha barriga na turnê anterior [The Freedom Tour].

EW: Você vai deixá-lo fazer uma participação a là Blue Ivy em seu álbum?

AK: Eu não sei; ele precisa participar, você entende? Ele pode. Eu não sei o que vai acontecer. Você quer dizer a canção que o Jay [Z] fez? Eu não sei. Ele talvez precise dizer uma ou duas palavras. Há uma música em particular chamada "When It's All Over", e ele pode precisar de um recurso. Vamos ver.

EW: Eu mal posso esperar até ver Blue Ivy e Egypt lançarem um álbum juntos.

AK: Eu estou lhe dizendo, eu acho que eles vão ter um grande futuro. [Risos]


Tradução: Tammy Kesher e Jennifer Reis




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